O Brasil entrou, pela primeira vez, para a lista dos dez piores países do mundo para os trabalhadores. O estudo Global Rights Index 2019, elaborado pela Confederação Sindical Internacional (ITUC/CSI), considera que as reformas na legislação trabalhista brasileira realizadas desde 2017, os recentes eventos de repressão violenta a greves, a intimidação e assassinato de lideranças sindicais e a implantação de políticas de enfraquecimento dos sindicatos retiraram direitos fundamentais dos trabalhadores.

A lista dos dez piores países para uma pessoa trabalhar também é composta por Arábia Saudita, Argélia, Bangladesh, Cazaquistão, Colômbia, Filipinas, Guatemala, Turquia e Zimbábue. Mundo afora, também foram criticados a dissolução de organizações sindicais no Egito, os milhões de trabalhadores em situação de escravidão moderna na Arábia Saudita e os 34 sindicalistas colombianos mortos em 2018, de um total de 53 no mundo. No Pará, em 12 de junho último, o sindicalista Carlos Cabral foi morto por fazendeiros. Ele foi o terceiro presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria (PA) a ser assassinado.

O estudo também apontou empresas que violaram direitos dos trabalhadores em diferentes países. As mais conhecidas citadas foram Goodyear, Prosegur, AB InBev, Ryanair, Renault, Aeroporto de Istambul, Amazon, Uber e tercerizadas têxteis que atuam para as redes Zara, Tesco e Walmart.

As recentes políticas adotadas só tem prejudicado ainda mais os trabalhadores. A reforma trabalhista de Temer, que prometia contribuir para a geração de seis milhões de novos empregos, gerou o efeito contrário, fazendo o desemprego atingir mais de treze milhões de pessoas atualmente. Agora, Bolsonaro estuda revogar cerca de 90% das normas regulamentadoras de segurança do trabalho (NRs), fragilizando a atuação e segurança dos que estão empregados.

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