Estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, em todo o mundo, a participação na força de trabalho das mulheres esteve em 48% em 2018, frente a 75% da dos homens (um hiato de 27% entre os sexos). Isso significa que 48% das mulheres em idade de trabalhar estão na força de trabalho, como ocupadas ou desocupadas, contra 75% dos homens. A diferença ocorre em grande parte devido à divisão sexual do trabalho, que relega às mulheres o trabalho doméstico não remunerado e faz com que menos mulheres participem da força de trabalho. Assim, aproximadamente três quintos da força de trabalho global em 2018 – que correspondeu a 3,5 bilhões de pessoas – são homens.

Entre as razões para essa diferença entre os índices de homens e mulheres está, por exemplo, a chamada divisão sexual do trabalho, que se replica em quase todas as sociedades modernas: às mulheres é relegado realizar o trabalho doméstico não pago (também chamado trabalho reprodutivo), o que acaba impactando na oferta de trabalho feminino remunerado no mercado de trabalho. Porém, apesar de serem sobrecarregadas por este trabalho reprodutivo, o fenômeno da dupla (ou tripla) jornada, em que as mulheres tentam conciliar o trabalho remunerado e o não remunerado, é algo comum.

O documento da OIT também esclarece que esse hiato (de 27% em 2018) na participação na força de trabalho entre homens e mulheres vinha se fechando até 2003, mas desde então o fenômeno perdeu força. Também esclarece que a taxa de participação na força de trabalho entre adultos tem caído, sendo puxada por quedas na faixa etária de 15 a 24 anos.