No dia 16 de junho ocorreram eleições importantes na Guatemala e na Argentina. No primeiro, a população votou pelo novo presidente em um ambiente marcado por crises política e migratória no qual dezenove candidatos concorreram. Já no vizinho houve votações para governadores nas quatro províncias que faltavam da primeira etapa do calendário eleitoral argentino deste ano.

Na eleição guatemalteca, a ex-primeira dama Sandra Torres, do partido de centro-esquerda Unidade Nacional da Esperança chegou em primeiro lugar, com cerca de 25% dos votos. Em segundo lugar ficou o conservador, Alejandro Giammattei, do partido Vamos, com 14% dos votos. Como nenhum deles conseguiu a maioria, o que era quase impossível em uma eleição tão fragmentada, acontecerá o segundo turno no dia 11 de agosto.

Quem conquistar a presidência enfrentará as crises mencionadas. Na Guatemala, a classe política e a política como um todo estão desmoralizadas e desacreditadas frente à população, cenário que culminou, em 2015, na vitória do comediante Jimmy Morales, que se tornou presidente sem praticamente nenhum projeto, apenas discursando contra a corrupção que havia tirado o mandatário anterior, Pérez Molina, do governo.

Além disso, o país está no centro das discussões sobre imigrantes que entram nos Estados Unidos irregularmente pela fronteira com o México. Em 2018 milhares de guatemaltecos percorreram a América Central rumo ao território americano junto com imigrantes de Honduras e El Salvador. Inclusive, no começo de junho, o México, por pressão de Donald Trump, fortaleceu sua guarda nacional na fronteira com a Guatemala.

Na Argentina a primeira etapa do calendário eleitoral deste ano contou com eleições para governadores em catorze províncias e terminou no domingo, com eleições em Santa Fé, Formosa, San Luis e Tierra del Fuego. Na maioria delas, inclusive nestas quatro, os candidatos da coalizão “Cambiemos”, do atual presidente Mauricio Macri, perderam. Boa parte dos governadores se reelegeu e os grandes vencedores foram os peronistas, com suas diversas vertentes. Essa primeira etapa eleitoral mobilizou 37% da população do país.

O próximo passo serão as Primárias Abertas Simultâneas e Abertas (PASO), no dia 11 de agosto, quando a população votará para escolher quem de cada partido poderá concorrer nas eleições gerais de 27 de outubro. A cláusula de barreira do PASO exige um mínimo de 1,5% de votos para que um candidato possa disputar. Governadores de províncias importantes, como Buenos Aires, serão decididos dessa maneira, assim como senadores, deputados e os candidatos presidenciais. Os principais postulantes a este último cargo provavelmente serão Mauricio Macri e Alberto Fernández, o qual tem Cristina Kirchner, que comandou o país 2007 e 2015, como vice-presidenta de sua chapa.

As pesquisas atuais têm apontado para a eleição da chapa peronista, inclusive com a possibilidade de vitória no primeiro turno, o Cambiemos em segundo lugar e o candidato Roberto Lavagna em terceiro.

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