Reforma da Previdência: comissão de análise será presidida pelo Centrão
A comissão especial de análise da reforma da Previdência será instalada hoje, 25 de abril, na Câmara dos Deputados. A comissão será responsável pela análise do mérito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e terá um prazo de quarenta sessões para dar seu parecer, podendo receber propostas de emendas até a décima sessão.
O deputado Marcelo Ramos (PR-AM) será o presidente desta comissão especial, e a relatoria ficará a cargo de Samuel Moreira (PSDB-SP), informou a Agência Câmara. O PR, que ficará com a presidência da comissão, integra o Centrão, grupo de partidos que não apoia formalmente o governo Jair Bolsonaro, mas também não é oposição.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que atuou ativamente das conversas que levaram ao acordo para as mudanças no texto original da Reforma na comissão especial, agindo como intermediário nas negociações entre o governo e o Centrão, acredita que a comissão deva produzir um texto que não necessariamente atenderá às expectativas do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Pode não ser a Previdência ideal, mas uma boa Previdência eu sei que o Parlamento vai aprovar”, disse Maia.
Maia vai trabalhar também pela indicação do atual líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para o cargo de vice-líder do governo no lugar do deputado federal Capitão Augusto (PR-SP), que entregou a vice-liderança no dia 24 de abril, com fortes críticas à articulação do governo no Congresso. Segundo ele, o relacionamento do Executivo com o Legislativo está muito ruim e muito deteriorado e apesar de a reforma ter passado na CCJ avalia que o texto que passou, com retirada de muitos pontos, foi uma derrota do governo e que a proposta irá “sangrar” ainda mais. Se a indicação de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) passar, Maia amplia ainda mais seu espaço de negociação no Congresso.
A estimativa é que os trabalhos da comissão especial de análise do mérito da reforma que se instala hoje na Câmara leve de sessenta a setenta dias para serem concluídos, se aprovada na comissão especial, a Reforma segue para ser votada no plenário da Casa.