A máxima da ditadura de “esperar o bolo crescer para depois dividir”, que se referia a que o país deveria crescer primeiro para que depois a riqueza fosse repartida entre a população, não tem eco entre os brasileiros. A pesquisa da Oxfam Brasil/Datafolha de 2019 mostra que 86% dos brasileiros concordam total ou parcialmente com a ideia de que é preciso reduzir a desigualdade no Brasil para que o país progrida. Os dados estão disponíveis no gráfico abaixo.

Infelizmente, os dados têm mostrado que o Brasil tem caminhado em outra direção desde 2015, qual seja, da ampliação das desigualdades. Infelizmente, ocorreu uma quebra na base de dados que mede a renda no Brasil (e que gera o índice de Gini, que mostra a desigualdade), sendo que os valores pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) até 2015 não são comparáveis aos valores pela Pnad Contínua a partir de 2016.

Mas os indicadores de ampliação do desemprego, da precarização e do aumento da pobreza indicam um aumento das desigualdades desde 2015. Estamos, portanto, no caminho inverso ao que enxergam os brasileiros como essencial para o progresso do país, o que também foi medido pela pesquisa: segundo o estudo, 57% dos entrevistados discordam da afirmação de que, “nos próximos anos, a diferença entre os mais ricos e os mais pobres irá diminuir no Brasil”, enquanto 40% concordam.

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