De acordo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Consumo Aparente de Bens Industriais – definido como a produção industrial interna descontada das exportações e acrescida das importações – registrou em fevereiro uma queda de 0,9%, a terceira consecutiva do indicador mensal com ajuste sazonal. Com esse resultado, o trimestre encerrado em fevereiro fechou com uma retração de 2,1%, em linha com o processo de desaceleração que afeta a produção industrial e que já vinha sendo percebido pela Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.

Considerando apenas os dois primeiros meses do ano, isto é, de gestão do governo Bolsonaro, a queda do indicador do Ipea alcançou 1,9% e parece especialmente preocupante visto que, a depender da vontade da equipe econômica comandada por Paulo Guedes, nenhuma política setorial para ajudar a indústria deverá ser adotada.

Ao dogmático ministro da Economia caberia, entretanto, serenar o ímpeto ultraliberal e dar atenção, por exemplo, a um texto para discussão de nome instigante – “O retorno da política que não pode ser nomeada: princípios de política industrial”, publicado dias atrás pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e que sugere à ortodoxia econômica reconhecer seus equívocos dos últimos anos e voltar a apoiar políticas industriais ativas.

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