O presidente Jair Bolsonaro antecipou a volta de Israel em cerca de duas horas. A agenda desta terça-feira previa a ida dele à cidade de Raanana, a 20 kms de Tel-Aviv, onde se encontraria com integrantes da comunidade brasileira em Israel, na quarta-feira pela manhã.
A agenda foi alterada, e agora Bolsonaro receberá hoje cerca de 25 brasileiros que moram na comunidade Raanana, no hotel em que está hospedado, na cidade de Jerusalém. A viagem de retorno, prevista para as 20h40, foi antecipada para 18h40.

Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, a antecipação foi decidida para que Bolsonaro participe de uma série de encontros, na próxima quinta-feira, com parlamentares e líderes partidários, com o objetivo de acelerar a tramitação da reforma da Previdência, mas o porta voz também alegou que a visita à Raanana foi suspensa por motivos de segurança, uma vez que eram previstos protestos contra Bolsonaro na comunidade.

Na visita a Israel, Bolsonaro formalizou a abertura de um escritório comercial em Jerusalém. Questionado sobre o objetivo do país ao criar um escritório em Jerusalém, uma vez que o empresariado de Israel se concentra em Tel Aviv, o porta-voz da Presidência, Otávio Rego Barros, disse que o Brasil não é o único país a fazer aproximação com a cidade de Jerusalém.

No entanto, a abertura do escritório foi uma saída diplomática para o embaraço gerado com países árabes após Bolsonaro ter anunciado a transferência da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. O recuo de Bolsonaro em relação à transferência da embaixada se deve à preocupação de ruralistas brasileiros com a reação de parceiros comerciais entre os países árabes, que gera negócios de mais de três bilhões de reais por ano, com exportação de carne bovina e de frango.

Na figura do vice-presidente, Hamilton Mourão, os militares também vieram a público criticar a transferência da embaixada, temendo que o Brasil perca sua condição de neutralidade nos conflitos do Oriente Médio.

A abertura do escritório comercial em Jerusalém contrariou tanto o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, que esperava a transferência da embaixada, quanto países islâmicos e autoridades Palestinas, que consideraram a medida uma ofensa diplomática e devem consultar o embaixador no Brasil para estudar uma resposta.

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