Quatro meses após as eleições parlamentares suecas realizadas dia 9 de setembro do ano passado, o primeiro-ministro social democrata sueco, Stefan Löfven, teve a aprovação do Parlamento para formar um novo governo de minoria composto pelo Partido Social Democrata e o Partido Verde com apoio no legislativo dos Partidos de Centro e do Liberal que juntos reúnem 167 deputados, entretanto, oito cadeiras a menos do que a metade dos 349 membros do “Riksdag”.

Esta coalizão obteve 115 votos a favor durante a sessão decisiva, 77 abstenções e 153 contra, porém estes não atingiram 50% mais um para impedir a formação do novo governo. No entanto, este representa apenas 33% do eleitorado e é o mais fraco da história recente da Suécia.

Löfven teve a primazia de tentar compor o governo, pois sua coligação eleitoral obteve uma cadeira a mais do que a coalizão da direita. Durante as negociações intrapartidárias ele conseguiu isolar o partido de extrema direita, Democratas Suecos, que obteve 17,5% dos votos na eleição e dividir a direita ao atrair o centro e os liberais com acordos de reduzir impostos, reformar o mercado imobiliário e flexibilizar algumas normas trabalhistas. O Bloco de Esquerda optou pela abstenção na votação do Parlamento por considerar estas concessões exageradas, mas não votou contra a formação do governo, pois isso daria a oportunidade de a direita, representada pelo Partido Moderado e os Democratas Cristãos, voltar ao poder.

Se não ocorrer nenhuma crise de governabilidade, a próxima eleição somente ocorrerá daqui a quatro anos. Resta ver se a extrema direita continuará crescendo com sua retórica anti-imigração ou se o “cordão sanitário” que lhes foi imposto novamente será suficiente para limitá-la.

 

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