O Movimento Passe Livre, estudantes e coletivos que lutam pelo transporte público e mobilidade urbana realizaram na última quarta-feira (16-01), em São Paulo, a segunda manifestação contra o aumento da passagem do transporte público de quatro reais para 4,30, índice acima da inflação. A concentração foi marcada na Praça do Ciclista, na região da Av. Paulista, às 17h, e antes mesmo de começar já era grande o número de policiais no local, o que causou forte intimidação.

O confronto com a PM começou ainda na concentração, quando a polícia atirou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra manifestantes sentados no chão que faziam jogral para deliberar o trajeto. Um dos disparos atingiu o jornalista e fotógrafo Daniel Arroyo, do site A Ponte Jornalismo, que teve socorro negado pelos policiais. Outros jornalistas da Mídia Ninja, do Énóis e até da Rede Globo foram agredidos e empurrados pela tropa de choque.

A polícia não permitiu que o ato seguisse pela Avenida Paulista e a manifestação desceu a Rua da Consolação, cercada por policiais que diversas vezes revistaram pessoas aleatoriamente e de modo truculento. Ao final, alguns manifestantes deram os braços fechando a rua. A polícia deteve 21 manifestantes, alegando desacato, um deles ainda está preso.

A Secretaria de Segurança Pública alega que “as abordagens e técnicas seguiram os protocolos internacionais para controle de multidões”, mas o que se viu, mais uma vez, foi uma violência desproporcional da polícia contra os manifestantes. Assim como ocorreu na primeira manifestação, em 10 de janeiro, a polícia também atirou bombas, interrompeu o ato e impediu que a passeata chegasse ao seu destino final.

Foi mais uma demonstração de como as polícias do governador João Dória e do prefeito Bruno Covas irão tratar as manifestações e reivindicações dos movimentos sociais. No novo contexto autoritário do governo de Bolsonaro, a repressão e violência das forças policiais estarão cada vez mais presentes, mas não devemos nos amedrontar.

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