Os defensores da liberdade de catédra podem ficar preocupados: Viktor Orbán, premier húngaro e com fortes laços com o governo Bolsonaro, força a Universidade Central Europeia, localizada em Budapeste, a sair do país. Com cursos em inglês, uma excelente reputação e estudantes de mestrado e doutorado de 117 países, a Universidade anunciou que está de mudança para Viena (Áustria).

O representante da extrema direita europeia, conhecido por sua rejeição à imigração já teceu muitos elogios ao governo Bolsonaro e, por sua vez, o chanceler do Brasil, Ernersto Araújo, afirmou que a Hungria é uma das “nações amadas”, junto com Israel, Itália e Polônia.

É a primeira vez que uma grande universidade é empurrada para fora de um país da União Europeia. A justificativa oficial é de queela não pode continuar fornecendo diplomas dos Estados Unidos aos estudantes. A Universidade tentou negociar com o governo, que, no entanto, deixou a mesa de negociação. Por parte do governo, pesa na decisão de não querê-la mais em seu território a influência de George Soros, investidor húngaro-americano, na Universidade (um de seus fundadores), além do fato de a universidade atrair estudantes do mundo todo. Soros, judeu que escapou a ocupação nazista na Hungria, é visto por Orbán como arquiteto de um plano para “destruir a Europa cristã”.

É importante lembrar também que este não é o único ataque à educação superior realizado por Viktor Orbán. No ano passado, o Premier proibiu estudos de gênero no país: aqueles que estivessem finalizando um curso na área poderiam terminá-lo, mas novas entradas em cursos desta área do conhecimento não seriam mais permitidas, sob o argumento que estudos na área são “ideologia, não ciência”.

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