Modelos para Bolsonaro, Netanyahu e Orbán enfrentam problemas
A posse do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), foi marcada pela pequena presença de chefes de Estado ou de governo, a menor desde 1995 na ocasião da posse do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Compareceram dez governantes, entre eles o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o premier da Hungria, Viktor Orbán. Ambos são modelos para Bolsonaro já que representam a extrema-direita e possuem discursos que se comparam às falas do novo presidente, mas os dois enfrentam problemas em seus governos.
Netanyahu, o primeiro governante de Israel a visitar o Brasil, que tem grande apreço por Bolsonaro, já que este pretende mudar a embaixada brasileira de Israel para Jerusalém e é apoiado massivamente pela comunidade judaica, enfrenta acusações de corrupção contra seu governo. Em dezembro, o procurador-geral israelense recebeu informações de três investigações em curso contra o primeiro-ministro.
Uma delas diz que Netanyahu teria concedido favores à Bezeq, principal empresa de comunicação do país. A outra o acusa de, em troca de uma cobertura favorável de seu governo no jornal Yedioth Ahronoth, ter restringido a circulação de um jornal concorrente, o Israel Hayom. A última trata sobre presentes que o primeiro-ministro e sua família receberam entre 2007 e 2016 que podem ter sido dados em trocas de favores. Além disso, o primeiro-ministro perdeu a maioria que tinha no Knesset (Parlamento) e este foi dissolvido, convocando-se eleições antecipadas no país, o que ocorrerá no início de abril.
Na Hungria, Orbán enfrenta dificuldades para aprovar sua agenda de destruição dos direitos dos trabalhadores. Os protestos no país vem se alastrando há semanas e têm como objetivo derrubar e chamada “Lei da Escravidão” aprovada pelo governo em dezembro, a qual permite que as empresas exijam quatrocentas horas extras anuais para cada trabalhador com um prazo de até três anos para o pagamento. Além disso, outras reivindicações também estão na agenda das manifestações como a ampliação de liberdade para a imprensa e a maior autonomia para os magistrados.
Como notamos, os modelos admirados por Bolsonaro estão afundados em corrupção e abraçam uma agenda contra os direitos e interesses dos trabalhadores, contra a liberdade de imprensa e opinião e contra a democracia. Entretanto, vêm sendo enfrentados.