Juros do financiamento da casa própria vão aumentar
Após a cerimônia de posse no Palácio do Planalto no dia 7 de janeiro, Pedro Guimarães, o novo presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), afirmou que os juros do financiamento da casa própria vão aumentar. Segundo Guimarães, as taxas mais baixas com recursos da poupança e do FGTS serão garantidas somente para o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que financia imóveis para quem tem renda familiar de até R$ 7 mil. Para os demais segmentos, os juros serão os “de mercado”.
No ano passado, o governo de Michel Temer elevou o limite de financiamento da casa própria com recursos do FGTS para 1,5 milhão de reais. Até o final do ano passado os juros do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) estavam fixados em 8,75% ao ano, enquanto a taxa média de juros no mercado estava em 9,5% ao ano. Segundo Guimarães, as fontes de recursos do FGTS e da poupança, que alimentam os financiamentos habitacionais do banco, estão no limite.
Em 2018, a CEF acumulou lucro líquido recorde de 11,5 bilhões de reais, o que representa uma alta de 83,7% em relação ao ano anterior. O saldo da carteira habitacional cresceu 2,7% nos últimos doze meses, principalmente devido ao aumento de 12,1% do subsídio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a linha de imóveis. O banco mantém a liderança no crédito imobiliário, sendo responsável por cerca de 70% dos financiamentos de imóvel, enquanto os bancos privados respondem por 28% das concessões de crédito imobiliário.
Entre 2007 a 2017, o déficit de habitacional no país cresceu 7%, e só nos últimos dois anos (2015/2017) o déficit de moradias aumentou em mais de 220 mil imóveis, tendo atingido o recorde de déficit de 7,78 milhões de unidades habitacionais em 2017. Levantamento feito pela FGV/Abrainc aponta que para atender a demanda por moradia no país nos próximos dez anos seria necessário construir 1,2 milhão de imóveis por ano.
Pedro Guimarães é especialista em processos de privatizações. É sócio do banco de investimentos Brasil Plural, responsável por operações de mercados de capitais e reestruturações de empresas e com forte atuação nos setores imobiliário e de petróleo e gás. Trabalhou com Paulo Guedes no BTG, quando Guedes ainda era sócio da instituição.