A esperança de vida ao nascer é uma das estatísticas que mais sintetizam as duras e distintas realidades brasileiras. As ‘Tabuas de Mortalidade Brasileiras 2017’, divulgadas na última sexta-feira pelo IBGE, mostram, por exemplo, que o maranhense vive em média 8,5 anos a menos do que os catarinenses. Pode-se observar também, que no país como um todo, as mulheres vivem em média 7,1 anos a mais do que os homens.

A expectativa de vida brasileira foi de 76 anos em 2017. Mas conforme pode-se observar no gráfico a seguir foi inferior a 72 anos nos estados do Maranhão (70,9 anos), Piauí (71,2), Rondônia (71,5) e Roraima (71,8). Por outro lado, ela foi superior a 78 anos nos estados de Santa Catarina (79,4 anos), Espírito Santo (78,5), São Paulo (78,4) e no Distrito Federal (78,4).

A expectativa de vida feminina no país foi de 79,6 anos e a masculina de 72,5. A mulher vive mais em Santa Catarina (82,7 anos) e no Espírito Santo (82,5), e menos em Roraima (74,6) e no Maranhão (74,8). Entre os homens, vive-se mais também em Santa Catarina (76,1 anos), e menos no Piauí (67,1 anos), Maranhão (67,1) e em Alagoas (67,2).

Diretamente relacionada a esta estatística está a idade com que o brasileiro se aposenta, e a proposta do governo federal de reforma da Previdência Social. Afora diversas críticas contundentes à mesma, soma-se o fato de que o governo propõe aumentar a idade mínima e tempo de contribuição para aposentadoria nos padrões de ‘países do primeiro mundo’, esquecendo-se que o Brasil possui apenas a 91ª maior esperança de vida mundial.

O que aumentará é o número de brasileiros que infelizmente falecerão antes de poder se aposentar. O estudo da Rede Nossa São Paulo, Mapa da Desigualdade 2018, mostra, por exemplo, que o morador paulistano do bairro periférico de Cidade Tiradentes falece em média aos 58,4 anos, enquanto o do rico bairro Jardim Paulistano morre aos 81,6 anos, vivendo em média cerca de 23 anos a mais.

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