Mais uma baixa: Trump demite o procurador-geral Jeff Sessions
Na semana passada, poucos dias após os resultados das eleições de meio de mandato indicarem a vitória dos democratas na Câmara dos Deputados, o presidente Donald Trump demitiu o então procurador-geral Jeff Sessions. Matt Whitaker, que era o chefe de gabinete de Sessions, irá assumir o cargo. Especula-se, agora, quais as consequências da troca para as investigações sobre o suposto envolvimento da Rússia na corrida eleitoral de 2016, na qual Trump foi vitorioso.
Sessions, que era senador pelo Alabama e fazia parte da ala ultraconservadora dos republicanos, foi nomeado para o cargo logo após a vitória de Trump, tendo sido um grande apoiador da sua candidatura. A relação entre os dois começou a declinar no começo de 2017, quando o procurador recusou-se a encabeçar a investigação sobre a conspiração russa, pois havia conflitos de interesses já que Sessions, ainda no período eleitoral, encontrou-se com o embaixador russo Sergey Kislyak e levantou suspeitas. No fim, as investigações caíram na mão do procurador especial Robert Mueller que desde então está no encalço de Trump e tem dado dores de cabeça ao presidente.
As investigações giram em torno das acusações de que foram hackers russos, em ação conjunta com membros da campanha eleitoral de Trump, que acessaram e expuseram documentos do comitê dos democratas e de Hillary Clinton, opositora de Trump nas eleições, o que poderia ter influenciado o resultado em benefício do republicano. Mais de trinta pessoas já foram indiciadas. Entre elas está o ex-chefe da campanha de Trump, Paul Manafort e um de seus assessores, Richard Gate.
Se as investigações apontarem para algum envolvimento direto de Trump, haveria motivos suficientes para a petição de seu impeachment. Antes das eleições do meio do mandato, os republicanos eram a maioria no Senado e na Câmara dos Deputados, por isso um possível impedimento do presidente era praticamente impossível. Embora o cenário tenha mudado e os democratas voltando a ter maioria na Câmara, são necessários dois terços dos votos somados do Senado e da Câmara para que aconteça. Não foi à toa que Trump comemorou o resultado, pois este número de parlamentares oposicionistas não foi atingido. A decisão de demitir Sessions pode ser apenas mais uma tentativa de enfraquecer as investigações.