Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as desigualdades de renda apresentam um recorte mais acentuado na questão de renda que na de gênero, ao menos no quesito rendimento médio do trabalho principal das pessoas de 16 anos ou mais.

A tabela abaixo sintetiza os resultados de 2012 a 2016 e mostra que se o rendimento médio do trabalho principal das mulheres ficou em 74,4% do rendimento masculino nos anos medidos, o rendimento médio do trabalho principal dos negros foi em média 57,5% do rendimento dos brancos. Ou seja, em média, o rendimento médio do trabalho principal dos brancos é quase o dobro do rendimento médio do trabalho principal dos negros no Brasil.

Este é um indicativo claro da dívida histórica que o país possui para com os negros, que ainda sofrem com as heranças do nosso passado escravocrata. Cruzamentos das variáveis gênero e raça mostrariam que em especial as mulheres negras possuem rendimentos ainda mais baixos que os homens brancos.

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