No bojo da abertura lenta e gradual, os estudantes secundaristas organizaram em Curitiba o Congresso de Refundação da UBES, a União Brasileira dos Estudantes, entre 31 de outubro e 2 de novembro de 1981, há exatos 37 anos. Embora nunca tenha deixado de existir, o movimento estudantil foi relegado à ilegalidade logo após o golpe de 1964.

Em fevereiro de 1969, foi baixado o Decreto n.º 477, que proibia qualquer atividade política nas universidades e permitia a expulsão de quem o desobedecesse. Após esse decreto, a primeira passeata estudantil contra o regime só aconteceria em março de 1977, na USP, com dois mil alunos e a palavra de ordem “Abaixo a ditadura”. As primeiras organizações estudantis apareceriam ainda no ano de 1977, como a União Estadual dos Estudantes, de São Paulo. As manifestações estudantis, com a participação de milhares de pessoas, foram duramente reprimidas pelo regime. Estudantes e trabalhadores foram presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional – essas prisões, entretanto, dariam mais força ao movimento estudantil.

A União Nacional dos Estudantes renasceria em 1979, num Congresso em Salvador. Já a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas só seria refundada dois anos depois, exatamente no Congresso de Curitiba. A fotógrafa Vera Lúcia estava presente ao congresso e documentou o encontro. Graças ao trabalho de documentação do Centro Sérgio Buarque de Holanda, da Fundação Perseu Abramo, parte desse material está higienizado, arquivado, digitalizado e aberto à consulta pública até hoje.

Para acessar o acervo digital da FPA, visite o site: https://acervo.fpabramo.org.br

Para conhecer mais sobre a resistência estudantil durante os anos de chumbo, visite o Memorial da Democracia, o museu virtual do Instituto Lula dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro.

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