“Unidos venceremos. A vida será melhor”
O ano de 1978 foi marcado por vários atos públicos do Movimento Contra o Custo de Vida, entidade formada a partir de associações de bairro, com apoio da igreja católica e diversas organizações de esquerda. A ditadura militar tratou o movimento de donas de casa e pais de família com violência. Em 27 de agosto, a Polícia Militar lançou bombas e cães contra a multidão, que teve de se refugiar na Catedral da Sé. Entre as vítimas, havia mulheres e crianças da periferia. Ainda assim, no ato público, o movimento divulgou um documento com 1,3 milhão de assinaturas contra o aumento do custo de vida.
A inflação oficial no país vinha crescendo nos últimos anos e chegaria a 40% no final de 1978. Números haviam sido manipulados em 1973, quando o governo divulgou o índice de 15,5%, mas a inflação real fora de 22,5%, de acordo com estudo do Banco Mundial. A diferença entre os números oficiais e a inflação real interferia negativamente nos ajustes salariais, sobrecarregando a população mais pobre. O governo ignorou o manifesto do movimento.
No dia 29 de outubro de 1978, há exatos quarenta anos, o fotógrafo J. E. Raduan clicou esta imagem da Assembleia Contra a Carestia, organizada pelo Movimento Contra o Custo de Vida na zona sul de São Paulo. A foto é um dos documentos guardados e digitalizados pelo Centro de Memória Sérgio Buarque de Holanda, da Fundação Perseu Abramo. Além da imagem, o acervo possui:
– 110 metros lineares de documentação textual (equivalente a mais de 900 caixas-arquivo),
– 300 adesivos,
– 1.970 cartazes,
– 8.040 fotogramas em folhas de contato fotográfico,
– 745 diapositivos,
– 21.450 fotografias,
– 24.030 negativos,
– 1.450 fitas audiomagnéticas,
– 1.410 registros audiovisuais em diferentes formatos,
– 80 bandeiras e faixas,
– 1.000 broches,
– 200 camisetas,
– outros materiais: brindes de campanha, bolsas, discos de vinil, bonés e chaveiros.
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