Há 39 anos, pró-PT chegava para mudar a política brasileira
Dia 13 de outubro de 1979 foi uma data histórica para a política nacional. Uma reunião no restaurante São Judas Tadeu, em São Bernardo do Campo, elegeu a Comissão Nacional provisória do Movimento Pró-PT, coordenada por Jacó Bittar, presidente do Sindicato dos Petroleiros de Campinas (SP). Dirigentes sindicais como Olívio Dutra, Manuel da Conceição e Luiz Dulci eram maioria na comissão que aprovou também o documento “Declaração Política”.
Era lançada a semente que levaria ao nascimento de um partido com base popular como nenhum outro até então. O Partido dos Trabalhadores nasceria quatro meses depois, para mudar a política brasileira.
Liderado por dirigentes sindicais combativos, o PT atraiu ativistas das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), ex-militantes de organizações revolucionárias, um respeitável núcleo de intelectuais de esquerda e militantes de movimentos sociais. Foi a primeira legenda organizada após a reforma partidária que extinguiu o MDB e a Arena. A criação do PT surpreendeu a ditadura, que não contava com um partido de esquerda nascido de bases populares. Também surpreendeu setores da oposição que defendiam a formação de um partido social-democrata ou a permanência de toda esquerda no PMDB.
Como principal liderança do partido em gestação, destacava-se o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Luiz Inácio da Silva, o Lula, que desde 1978 desafiava a ditadura à frente de grandes greves.
A criação de um Partido dos Trabalhadores vinha sendo discutida desde outubro do ano anterior, quando Lula lançou a tese no 3° Congresso dos Trabalhadores Metalúrgicos, em Guarujá (SP). Na época, ele argumentava que os trabalhadores precisavam eleger seus próprios representantes no Congresso Nacional.
Memória e documentação
Esse texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual do Instituto Lula dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro.
O Centro Sérgio Buarque de Holanda de Documentação e História Política tem fotografias digitalizadas desse evento histórico de 1979, o documento firmado nesta data e mais:
– 110 metros lineares de documentação textual (equivalente a mais de 900 caixas-arquivo),
– 300 adesivos,
– 1.970 cartazes,
– 8.040 fotogramas em folhas de contato fotográfico,
– 745 diapositivos,
– 21.450 fotografias,
– 24.030 negativos,
– 1.450 fitas audiomagnéticas,
– 1.410 registros audiovisuais em diferentes formatos,
– 80 bandeiras e faixas,
– 1.000 broches,
– 200 camisetas,
– outros materiais: brindes de campanha, bolsas, discos de vinil, bonés e chaveiros.