O número de assassinatos de quilombolas no Brasil passou de quatro para dezoito em um ano, de 2016 a 2017: um aumento de 350%. É o que mostra relatório “Racismo e violência contra quilombos no Brasil”, realizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Terra de Direitos, em parceria com a Associação de Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais da Bahia (AATR) e o Coletivo de Assessoria Jurídica Joãozinho de Mangal.

Considerando os dados totais de 2017, o relatório identificou que 68,4% dos assassinatos registrados foram praticados com arma de fogo e 13,2% com armas brancas. E, na série histórica de 2008 a 2017, o relatório mostra que foram assassinados 32 homens e seis mulheres quilombolas, sendo 29 deles (76,3%) no Nordeste.

O quadro de aumento da violência contra quilombolas vem na esteira do aumento da hostilidade em relação a essa população e seu modo de vida. Cabe lembrar que o presidenciável Jair Bolsonaro é acusado de racismo em relação a quilombolas, por ter dito em palestra que quilombolas “pesavam mais de sete arrobas” e “não servem nem pra procriar”.

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