A Arábia Saudita e o Iêmen, ambos países do Oriente Médio, estão em conflito desde 2015, quando a Arábia Saudita e sua coalizão de países árabes atacou o território do último. Desde então, alguns países têm lucrado bastante com a venda de armas para suprir o exército saudita e, entre eles, está a Espanha do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe). Recentemente, iniciou-se uma pressão internacional para que o governo espanhol interrompa as vendas e ela vêm de atores como, por exemplo, a Anistia Internacional.

Entretanto, o principal financiador de armas para os sauditas, assim como acontece com o exército genocida de Israel, são os Estados Unidos de Donald Trump, conjuntamente com o Reino Unido e a França. Isso se deve, principalmente, pelos interesses norte-americanos na região, o que passa por apoiar seus aliados e rifar aqueles que criticam seu imperialismo. O conflito começou após os rebeldes xiitas da etnia Houthi, provavelmente apoiados pelo Irã, tomarem o poder no país, ocupar a capital Sanaa e expulsar o presidente Abd Al-Hadi após ele descumprir vários acordos emanados da “Primavera Árabe” que também sacudiu o Iêmen e lhe deu a presidência. Um dos objetivos de Trump é justamente isolar o Irã no Oriente Médio, não à toa o primeiro país que visitou como presidente foi a Arábia Saudita, além de determinar a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com os iranianos.

No caso espanhol, a pressão ocorre por um lado, pelo fato de Sánchez ter se comprometido, antes de eleito, em cessar as vendas e, por outro, que vários países já deixaram de vender armas aos sauditas como, por exemplo, Canadá, Suécia, Noruega, Bélgica e Finlândia. Por cima disso, e mais importante que esses motivos mais imediatos, está explicitamente a utilização das armas pelo exército saudita em graves violações dos direitos humanos, tendo morrido, desde o começo do conflito, mais de seis mil civis.

Porém, ao que tudo indica, as vendas espanholas não serão paralisadas tão cedo. Em 2015 houve um acordo, ainda durante o governo anterior de Mariano Rajoy, de venda de quatrocentos mísseis de precisão a laser, os quais ficaram para ser entregues este ano. Durante discussões recentes sobre a conveniência ou não deste acordo ser cumprido e considerando o posicionamento dos órgãos do governo espanhol, a resposta será sim para a entrega dos mísseis.

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