Em 15 de setembro de 2008 finalmente explodiu a bolha financeira nos Estados Unidos, com a falência do gigantesco banco de investimentos Lehman Brothers . Dez anos atrás. Mas vinha de antes uma bolha especulativa que tanto deu gás ao capitalismo desenvolvido quanto preparou sua mais importante crise desde 1929, com importantes repercussões sobre nossa região.

Depois de sacrificar o Lehman Brothers, foi o momento em que as autoridades decidiram salvar os demais bancos e as empresas, jogando a conta sobre a população. As políticas chamadas de “austeridade” foram naturalizadas para extrair renda das maiorias e remunerar os grandes financistas. Gigantescas quantidades de dinheiro público foram usados para evitar que grandes bancos e empresas privadas líderes falissem. O Estado salvando uma vez mais o capitalismo.

Em pouco tempo mais aconteceriam as mobilizações do Ocuppy Wall Street, nos EUA, e dos Indignados no Sul da Europa. Suas mais importantes expressões políticas acabariam sendo Bernie Sanders, dentro do Partido Democrata nos EUA, e a fundação do Podemos, na Espanha. Importantes, porém insuficientes para conquistar os governos até o momento.

Contudo, a resposta mais forte veio justamente dos responsáveis pelo desastre, os rentistas e seus representantes políticos. As principais forças políticas da direita no mundo implementam medidas para garantir negócios para o grande capital financeiro ao mesmo tempo que manipulam o eleitorado com a propaganda de que o problema são os negros, os imigrantes e refugiados pobres, os latino-americanos, os muçulmanos, os homossexuais, entre outras minorias.

A crise de 2008 ainda não terminou. E temos pouca reflexão do campo progressista sobre a resposta que deveríamos dar. A crise de 1929 finalmente foi “resolvida” pelas burguesias no Ocidente com o nazismo e a Segunda Guerra Mundial, antes de se chegar ao consenso do Estado de Bem-Estar. Esse consenso que foi liquidado pelo ciclo neoliberal comandado pelo capitalismo financeirizado. justamente o que nos conduziu à crise de 2008 e que em breve deve se repetir, com mais força ainda.

Para lembrar os fatos daquele ano vale a pena assistir ao documentário da agência de notícias alemã DW “Colapso”. Em plataformas online estão disponíveis alguns filmes que ajudam a entender o funcionamento do mercado financeiro que levou ao 2008, entre eles Capitalismo: Uma história de amor (Capitalism: A Love Story), de Michael Moore, Trabalho Interno (Inside Job), de Charles Ferguson (o filme ganhou o Oscar 2011 de melhor documentário) e Margin Call: O dia antes do fim.

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