O Datafolha divulgou os resultados da sua mais recente pesquisa de intenção de voto para a presidência da República. O candidato Jair Bolsonaro (PSL) aparece na liderança, com 24% das intenções de voto. Com mais de dez pontos percentuais abaixo, quatro candidatos disputam a segunda vaga para o segundo turno: Ciro Gomes (PDT) com 13%, Marina Silva (Rede) com 11%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 10% e Fernando Haddad (PT) com 9%.

As 2084 entrevistas realizadas pessoalmente com eleitores de todo o Brasil no dia 10 de setembro e divulgadas na mesma noite já captam os efeitos da decisão do TSE de barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que liderava com ampla vantagem a disputa eleitoral, o início da campanha eleitoral na tevê, desde 31 de agosto e o curioso atentado contra Bolsonaro, no último dia 9, em Juiz de Fora (MG).

Quem mais cresceu desde o último levantamento, realizado pelo Datafolha em 20 e 21 de agosto, foi Fernando Haddad, que passou de 4% para 9%, mesmo ainda não tendo sido indicado por Lula e apresentado oficialmente como candidato do PT, o que deve ocorrer hoje, em ato em Curitiba. Haddad deve continuar crescendo, conta com a força do PT (24% da preferência partidária em 22 de agosto, segundo o Instituto), a baixa rejeição (22%) e é o herdeiro natural dos 33% de eleitores que votariam em candidato apoiado por Lula. Além disso, seu potencial de crescimento ainda é grande pois é o candidato menos conhecido entre os que disputam a segunda colocação e tem o eleitorado mais convicto. Fora isso, para Haddad a campanha ainda nem começou.

O crescimento de Jair Bolsonaro, mesmo após a facada, que deveria gerar certa comoção, e somada a ampla cobertura da mídia sobre o evento, foi dentro da margem de erro, de 22% para 24% e sua rejeição aumentou quatro pontos, de 39% em agosto, para 43%, o que indica que a facada não promoveu o efeito desejado, ao menos para Bolsonaro. Parece mesmo ter matado, primeiro, a estratégia de campanha de Alckmin, que vinha atacando fortemente Bolsonaro; segundo, as chances de Alckmin disputar o campo da direita no segundo turno. Sua intenção de voto aumentou apenas um ponto nos últimos vinte dias, passando de 9% para 10%, a despeito do amplo tempo de propaganda gratuita na tevê, indicando a dificuldade em ampliar seu eleitorado, muito embora sua rejeição tenha oscilado para baixo – de 26% para 24%. Além disso, a corrupção de seu partido, o PSDB, finalmente vindo à tona, com a prisão de Beto Richa, ex-governador do Paraná e atual candidato ao Senado (PSDB-PR), em que nada ajuda sua candidatura.

Marina foi quem mais perdeu votos, caiu cinco pontos, de 16% para 11% e sua rejeição aumentou quatro, de 25% para 29%, enquanto Ciro ganhou três pontos, passando de 10% para 14% e sua rejeição caiu também três pontos, de 23% para atuais 20%, sendo a mais baixa entre os candidatos em disputa pela segunda vaga no segundo turno.

Ao que tudo indica, a direita já escolheu seu representante e a esquerda tem fortes chances de derrubar o golpe, dar um rumo mais progressista ao Brasil e recolocar o projeto de governo que o povo de fato escolheu nas últimas quatro eleições, em pauta novamente. Ninguém vai aprisionar a vontade do povo. A disputa será a mais acirrada, mas quem não gosta de fortes emoções?

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