Chemnitz, cidade do leste da Alemanha, foi palco de protestos anti-imigratórios e abertamente xenófobos realizados por grupos de extrema-direita, sendo o principal o partido Alternativa para a Alemanha (AfD). No sábado, dia 1º de setembro, a última destas manifestações reuniu cerca de oito mil pessoas, divididas entre, de um lado, o AfD e seus aliados que são contra a política de migração feita pelo governo de Angela Merkel e, de outro, pessoas que condenavam as atitudes xenófobas e defendiam medidas a favor da política da migração. Houve confronto e nove pessoas ficaram feridas.

A causa imediata que gerou os protestos foi parecida com o que levou aos ataques contra os venezuelanos na cidade de Pacaraima, em Roraima, no mês passado. Um alemão foi morto a facadas depois de se envolver em uma briga durante a festa de aniversário da cidade. Os suspeitos apontados foram um sírio e um iraquiano e, assim como no Brasil, não foi preciso provar o crime, nem mesmo refletir que isso poderia ter sido feito por outro nativo, para que parte da população se revoltasse contra os imigrantes.

No panorama geral, a questão da imigração vem sendo um ponto polêmico no cenário internacional como um todo, especialmente, no caso europeu. Houve, nos últimos anos, a ascensão de movimentos e partidos de extrema-direita que pautam seus discursos na anti-imigração. Com uma realidade que está onerando os trabalhadores após a crise mundial, a culpa é jogada nas costas dos imigrantes que são acusados de “roubarem” empregos e benefícios. Essa postura levou ao crescimento da Frente Nacional na França, partido da fascista Marine Le Pen, ao retorno de um partido de extrema-direita ao Parlamento alemão, que foi o caso do AfD, e aos atuais governos ultranacionalistas e eurocéticos que governam a Itália e a Hungria.

No caso da Alemanha, esses protestos e o ganho de terreno do AfD chamam a atenção pela história do país. Não é novidade as atrocidades que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial e, mesmo assim, durante os protestos de sábado, vários manifestantes fizeram gestos nazistas. Ademais, como foi dito, o AfD é o primeiro partido de extrema-direita a retornar ao Parlamento do país e isso não acontecia justamente desde 1945.

`