Desocupação cai, crescem vínculos precários e desalento
A taxa de desocupação no trimestre de maio a julho de 2018 chegou a 12,3%. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é 0,6 pontos percentuais menor que no trimestre de fevereiro a abril de 2018 e 0,5 pontos percentuais que no mesmo trimestre do ano anterior.
Apesar da queda na taxa de desocupação e na população desocupada, essa última é de 12,9 milhões de pessoas. Já a subutilização (que soma os desocupados, os que desistiram de procurar emprego e aqueles que trabalham menos horas do que gostariam) chegou a 27,6 milhões de pessoas, cerca de um milhão a mais do que no mesmo trimestre de 2017. Isso ocorre em grande parte por efeito da ampliação dos que desistiram de procurar emprego (desalentados) e que assim saem da estatística de desocupados: o número de desalentados cresceu de quatro milhões de pessoas de maio a julho de 2017 para 4,8 milhões de maio a julho de 2018. Já o percentual de pessoas desalentadas na população de 14 anos ou mais de idade na força de trabalho foi estimado em 4,4% no trimestre de maio a julho de 2018 contra 3,8% no mesmo trimestre do ano anterior.
A população ocupada foi de 91,7 milhões no trimestre, 928 mil pessoas em relação ao trimestre móvel anterior (fevereiro a abril de 2018). Em relação ao mesmo trimestre de 2017 (90,7 milhões), houve alta de 1,1%. Essa alta ocorre com o aumento do emprego sem carteira assinada e dos trabalhadores por conta própria: o número de empregados com carteira de trabalho assinada (33 milhões) ficou estável em relação ao trimestre imediatamente anterior e ao mesmo trimestre no ano anterior; o número de empregados sem carteira de trabalho assinada (11,1 milhões) ficou estável em relação ao trimestre anterior e subiu 3,4% (mais 368 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior; já a categoria de trabalhadores por conta própria (23,1 milhões) ficou estável na comparação com o trimestre de fevereiro a abril de 2018 e, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 2,1% (mais 483 mil pessoas).
Os dados mostram que as ocupações geradas a partir da Reforma Trabalhista têm sido puxadas pela informalidade e pelo aumento do trabalho por conta própria. Mesmo assim, ainda há 12,9 milhões de brasileiros desocupados e, em uma perspectiva mais ampla, 27,6 milhões de subutilizados.