O quarto e último debate do ciclo “Os significados de 1968”, exibido pela Fundação Perseu Abramo em seu canal no YouTube e em sua página no Facebook, tem como tema “resistência política, operária e estudantil” e irá ao ar em 28 de agosto.

Participam o ex- ministro-chefe da Casa Civil e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores José Dirceu; o ex-líder sindical e ex-representante do governo brasileiro no Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho Roque Aparecido da Silva; e a historiadora e diretora da Fundação Perseu Abramo Isabel dos Anjos, que mediará o debate.

O debate

Em 1964, o governo militar prendeu, de imediato, as principais lideranças políticas e operárias e os marinheiros que se sublevaram.

Entre 1964 e 1968, coube aos estudantes, intelectuais, artistas e às poucas lideranças políticas e sindicais ainda em liberdade, a tarefa de organizar a reação à repressão, escancarar as contradições do regime e protagonizar as lutas contra a reforma universitária, o acordo MEC-USAID e a consolidação do projeto de modernização entreguista e conservadora.

É também em torno do Movimento Estudantil que os movimentos políticos e culturais se aglutinaram formando a grande massa que saiu às ruas em manifestações contra o regime imposto. A Passeata dos 100 mil e a Batalha da Maria Antônia aconteceram em meio às greves de Osasco e de Contagem. Em outubro, o Congresso da UNE, em Ibiúna, foi invadido por policiais militares, e as principais lideranças nacionais permaneceram presas.

A partir da assinatura do AI-5, outros tantos foram presos, ficaram na clandestinidade, partiram para a resistência armada ou para o exílio. Inúmeros foram mortos. Sobreviventes, na prisão ou fora dela, reorganizaram-se ao longo dos anos 1970, retornando em 1979 para lutar pela redemocratização do país.

O ciclo

Durante todo o mês de agosto, a Fundação Perseu Abramo exibe às terças-feiras em sua página do Facebook e em seu canal no YouTube os debates do ciclo “Os significados de 1968”, que discute os acontecimentos emblemáticos daquele ano para o Brasil e para o mundo.

A democracia e a soberania de nosso país estão novamente sob ataque e os embates se repetem. É neste contexto que a FPA realiza este ciclo de debates,por entender que discutir a década de 1960 no Brasil, os projetos em disputa no país e como a geração de 1968 buscou enfrentá-los é contribuir também para compreender e encontrar saídas para o grave momento que vive nosso país, desde o golpe de 2016.

O ciclo terá quatro grandes temas, que devem provocar reflexões sobre a efervescência política, artística e cultural que se manteve após o golpe de 1964 no Brasil, interrompida com a assinatura do Ato Institucional de nº 5, em dezembro de 1968.

Naquele ano, à luz dos acontecimentos internacionais, estudantes, professores, religiosos, artistas, operários, militantes e dirigentes de esquerda, organizaram a resistência contra o recrudescimento da ditadura, o avanço do conservadorismo e a modernização conservadora imposta pelo regime militar.

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