A convenção do PT, realizada em 4 e 5 de agosto, oficializou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República e o nome de Fernado Haddad como vice de Lula, para ser seu porta voz durante a campanha eleitoral, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não decide por sua liberdade. No entanto, ficou acordado com o PCdoB, que compõe a coalizão de apoio à candidatura Lula, juntamente com o PROS e o PCO, que tão logo o STF decida sobre a situação do ex-presidente petista, Manuela DÁvila assumirá a vice-presidência na chapa.

O acordo dos partidos prevê que Manuela substitua Haddad como vice de Lula se o ex-presidente tiver a candidatura deferida pela Justiça Eleitoral ou será vice de Haddad caso Lula tenha a candidatura indeferida. Com isso, o PCdoB deve retirar a candidatura de Manuela à Presidência, oficializada na última quarta-feira (1ª), em convenção da legenda. E Haddad e Manuela passarão a viajar o país para fazer a campanha juntos em nome do ex-presidente Lula.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffman, explicou que nesse momento é importante escolher um vice-presidente do próprio partido para assegurar a manifestação das ideias e propostas de Lula. Haddad, foi um dos coordenadores do programa de governo do partido e foi o indicado para vocalizar a campanha em nome de Lula.

O PCdoB, vem propondo a unificação do campo da esquerda há meses, antes mesmo da prisão de Lula, em 7 de abril. Segundo a presidenta do PCdoB, Luciana Santos, o acordo é em nome da unidade das esquerdas. “Nós estamos construindo a unidade política que foi possível no primeiro turno, com a participação e liderança de Lula.”

Em nota, o PDdoB esclarece ” O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) fixou como estratégia eleitoral conquistar a vitória das forças progressistas nas eleições presidenciais. Coerente com esse objetivo, buscou viabilizar a perspectiva de uma frente ampla, a partir da unidade da esquerda, como fator indispensável para essa almejada quinta vitória do povo.(…) a direção do Partido dos Trabalhadores foi porta-voz de um convite do ex-presidente Lula para que Manuela d’Ávila assumisse a candidatura de vice na sua chapa.(…) Face à circunstância excepcional em que o ex-presidente Lula está arbitrariamente preso, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad será registrado como vice-presidente para vocalizar a orientação do ex-presidente até que se esclareça a estabilidade jurídica da candidatura de Lula. A seguir, em qualquer circunstância, Manuela será candidata a vice-presidente, seja com o deferimento ou não da candidatura de Lula”.

O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) tem testado a transferência de votos de Lula para Haddad, em pesquisas encomendadas pela corretora XP e realizadas semanalmente, a partir do início de junho. Segundo o levantamento divulgado em 3 de agosto, sozinho, Haddad tem intenção de voto em torno de 2%, empatado com Manuela D’Ávila (PCdoB) e Henrique Meirelles (MDB), atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 22%, Marina Silva (Rede) com 11%, Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) com 10%, Alvaro Dias (Podemos), com 5%.

Ao ser apontado como candidato do ex-presidente, Haddad salta para 13% e fica atrás apenas de Bolsonaro, que registra 20%, e à frente de Marina e Alckmin, que dividem a terceira posição, com 9% ambos, e Ciro, com 8%, despontando como a candidatura mais apta a levar o campo da esquerda para o segundo turno.

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