As dificuldades para a inserção dos homens mais velhos (entre 50 e 59 anos) na atividade econômica foram objeto de pesquisa de Ana Amélia Camarano e Daniele Fernandes.
As pesquisadoras se debruçaram sobre o fenômeno dos “nem-nem” entre os homens de 50 a 59 que não trabalhavam, não procuravam trabalho e não eram aposentados nem pensionistas. Segundo as autoras, embora tenham mais experiência profissional que os mais jovens, os homens dessa faixa etária encontram mais dificuldade de acompanhar as mudanças tecnológicas, apresentam taxas de absenteísmo no trabalho mais elevadas devido a morbidades, têm menos força física etc.

Segundo as pesquisadoras, em 2016, analisando a população masculina de 50 a 59 anos, a mais baixa escolaridade foi observada para os nem-nem e a mais alta para os que estavam na População Economicamente Ativa (PEA) e eram aposentados. Enquanto 72,3% dos nem-nem não tinham instrução ou apenas o fundamental incompleto, entre os aposentados que também faziam parte da PEA essa proporção foi de 34,1%. Já 21,4% destes homens tinham curso superior completo e apenas 4,1% dos nem-nem estavam nesta condição.

Por outro lado, a pesquisa mostra que os nem-nem reportaram piores condições de saúde do que os demais. Por exemplo, os nem-nem reportaram a mais elevada proporção de doenças crônicas (73,5%), comparados aos homens nas outras categorias (58,6%). Algumas destas, como dores nas costas ou na coluna, podem incapacitar para o trabalho, principalmente naquelas ocupações que demandam mais força física, o que é o caso das ocupações que demandam menor qualificação.

Por fim, a pesquisa mostra que os nem-nem estavam inseridos em famílias cujo rendimento médio domiciliar total e per capita era bem mais baixo que o das famílias que tinham homens de 50 a 59 anos nas outras categorias: o valor do rendimento médio per capita dos primeiros domicílios equivalia a 60% do rendimento dos domicílios onde moravam os demais homens.

 

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