Austeridade fiscal e os prejuízos para a saúde do trabalhador
Diversos estudos trazem evidências científicas que relacionam as consequências da austeridade fiscal à piora nas condições de vida dos indivíduos, chegando-se à conclusão de que as crises podem aumentar as desigualdades sociais e agravar a situação de saúde das populações.
O recém-lançado documento “Política sociais e austeridade fiscal” do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) estima que até 2036 as perdas do SUS provocadas pela EC 95 poderão variar de R$ 168 bilhões, em valores de 2016 à taxa de crescimento anual média do Produto Interno Bruto (PIB) de 1%, a R$ 738 bilhões, com taxa de crescimento anual média de 3% do PIB.
Isso ocorre em um contexto de desemprego alto, em que muitos trabalhadores perdem a capacidade de arcar com os custos de planos de saúde ou já não têm acesso aos planos empresariais ofertados pelos empregadores, o que leva tais trabalhadores a dependerem somente do SUS. Segundo o documento, considerando todos os tipos de contratação, observa-se uma queda de 5% no número total de beneficiários a partir de junho de 2015, com redução de aproximadamente 2,6 milhões de contratos até junho de 2017.