No documento Encontro com o futuro, do MDB e da Fundação Ulysses Guimarães, os autores se gabam do esforço da redução de despesas primárias do governo. Segundo o documento, as despesas primárias do governo em 2016 correspondiam a 20% do PIB, caíram em 2017 para 19,5% e devem cair novamente em 2018. O texto aponta como positivo o fato de haver uma queda entre os gastos primários e o PIB no Brasil, em especial pela regra do Teto de Gastos (Emenda Constitucional 95). Porém, esses gastos primários correspondem em grande parte a gastos sociais que compõem o nosso ainda frágil sistema de proteção e reduzem as altas desigualdades no Brasil. O documento trata como negativo e como fonte de desequilíbrios o gasto social, em um malabarismo retórico.

Ainda, no documento, lê-se que “para que em algum momento da próxima década a dívida pública, como proporção do PIB, se estabilize e comece a cair, abrindo espaço para o investimento público e os gastos verdadeiramente sociais, como em educação, saúde e segurança pública, será necessário passar de um déficit primário de 2,5% do PIB para um superávit primário de 2,5%. Um saldo equivalente a 5 pontos percentuais do PIB. Esse ajuste será possível com o cumprimento a Emenda Constitucional 95/2016, a Emenda do Teto dos Gastos, e a recuperação da arrecadação tributária com a volta do crescimento da economia” (pág. 21 e 22).

Outro malabarismo retórico do documento, pois defende que a EC 95 que corta os gastos sociais seria um instrumento para o aumento dos gastos em educação, saúde, segurança pública, quando faz justamente o contrário.

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