O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo, do PSDB, teve sua prisão decretada na noite deste terça (22), e até o fechamento deste artigo não havia se apresentado à Polícia Civil, sendo considerado foragido. Azeredo foi condenado no caso do mensalão tucano, chamado pela grande imprensa de “mensalão mineiro”, a vinte anos e um mês de prisão. O caso em questão data de 1998, na campanha de reeleição do então governador, e foi denunciado em 2007, há onze anos. Azeredo, além de governador, também foi senador, deputado federal, prefeito de Belo Horizonte e presidente nacional do PSDB.

O julgamento do caso não teve a celeridade como característica, e diversos réus não foram sequer julgados devido à prescrição dos crimes. Até o ano passado, quando completaram-se dez anos da denúncia, dos quinze réus apenas um foi sentenciado, outros sete não haviam sido julgados, três chegaram à idade de prescrição e um faleceu antes de qualquer julgamento. O esquema envolveu também o vice do então governador Aécio Neves, em seu primeiro mandato, Clésio Andrade, condenado em março por lavagem de dinheiro.

A justiça brasileira é seletiva, e condena uns sem provas em tempo recorde e arrasta prazos de outros até o limite, permitindo a prescrição e o arquivamento de crimes. Por anos, a imprensa progressista destacou o mensalão tucano, enquanto os grandes jornais reservavam suas manchetes para ataques ao PT, na tentativa de mobilizar a opinião pública e balizar o Judiciário.

Recentemente, passou a ficar claro para uma parcela cada vez maior da opinião pública que operações como a Lava Jato têm lado, ao passo que a perseguição contra petistas ficou cada vez mais evidente. Aparentemente, a ausência de manchetes não conseguiu segurar a pressão contra os tucanos impunes.

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