A semana começou com o protesto de caminhoneiros em vinte estados e Distrito Federal contra os aumentos abusivos dos combustíveis e pela redução da carga tributária sobre o diesel. Desde que a Petrobras implantou, em julho do ano passado, um sistema de reajustes de preços dos combustíveis, para refletir cotações internacionais do petróleo e do câmbio, tanto o diesel quanto a gasolina tiveram aumentos de cerca de 50%. Com o dólar e o valor do petróleo subindo, o litro já beira os R$ 5,00 em muitos postos.

O protesto acendeu o sinal vermelho para a cúpula do governo, que reuniu na noite do dia 21 de maio. Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, querem um diálogo com a Petrobras para tratar da alta dos combustíveis. Padilha, disse que o governo está preocupado com os constantes repasses dos ganhos do mercado internacional de petróleo ao preço dos combustíveis e que hoje, 22 de maio, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, se reunirá com os ministros Moreira Franco (Minas e Energia) e Eduardo Guardia (Fazenda) para discutir de forma técnica e analisar medidas para tentar conter as frequentes altas e buscar alguma “previsibilidade” sobre o controle desse processo.

A Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCAM), que organiza o protesto, afirmou que teve adesão massiva dos motoristas e atingiu dezenas de rodovias, de importantes estados agrícolas como Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais, que estão escoando uma safra recorde de soja. As manifestações afetaram também o fluxo de mercadorias no Porto de Santos, o principal na exportação de importantes commodities para o Brasil. A redução no fluxo do Porto de Santos só não foi maior porque parte da safra que o Porto recebe vem por via ferroviária, o que reduziu o impacto da manifestação. Mas se os protestos continuarem poderão prejudicar o volume de embarque das exportações brasileiras.

Apesar dos protestos, a Petrobras anunciou na segunda-feira um novo aumento no preço do diesel e da gasolina nas refinarias. “A ABCAM entende o novo aumento do combustível como um desaforo a todos os trabalhadores brasileiros”, disse o presidente da entidade, José da Fonseca Lopes. Representantes dos caminhoneiros disseram que os protestos continuarão nessa terça-feira. O movimento cobra do governo redução à zero da carga tributária sobre o diesel.

Entidades que representam os donos de postos também pedem mudanças tributárias e afirmam que a política de preços adotada está causando prejuízos ao setor. “Essa política de preços da Petrobras satisfaz governos e investidores da companhia, mas expropria a população por meio do aumento dos custos de todas as mercadorias e serviços movimentados no país”, afirmou líder do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo.

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