Estatísticas desmentem discurso de que pobre não quer trabalhar
As pessoas abaixo da linha de pobreza são muito mais ativas e interessadas na busca por emprego do que as não pobres. Apenas 8,6% das pessoas pobres, de 14 anos ou mais, não empregadas dizem não querer trabalhar, enquanto no universo das não pobres essa proporção sobre para 14,8%, quase o dobro.
Os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) de 2017, do IBGE, também apontam que o principal motivo (32,9%) para as famílias que ganham até meio salário mínimo per capita não trabalharem é a demanda por cuidados com filhos, outro parente ou afazeres domésticos. Algo que reafirma a necessidade deste público por mais vagas em creches, por exemplo, o que permitiria a busca por emprego e/ou qualificação profissional a uma proporção bem maior destes. Em 2015, apenas 30,5% das crianças de 0 a 3 anos do país estavam matriculadas em creches.
A tabela a seguir permite observar que para as pessoas em famílias não pobres o principal motivo (29,2%) para a não busca por emprego é por se acharem muito jovens ou muito idosos para o trabalho. Nas famílias com baixo rendimento esta proporção é de apenas 13,2%, o que permite concluir que tais famílias se sujeitam muito mais ao trabalho antes de concluir sua formação escolar ou ainda na velhice.
Algo que também vai contra o discurso dos que, no auge de seu preconceito, apregoam que os pobres não gostam, ou têm preguiça, de estudar ou trabalhar, é a proporção de pessoas em situação de pobreza que não trabalham por estarem estudando: 24,1% frente a 17,2% dos não pobres.
Ainda segundo a PNADC, dentre os beneficiários do Programa Bolsa Família, a predisposição para o trabalho é ainda maior, apenas 3,5% destes não trabalham por não desejar (quatro vezes menos do que os não pobres), e somente 3,3% não trabalham por se considerarem muito jovens ou idosos.
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