Em 2017 a pobreza, enquanto medida de distanciamento de um padrão digno de vida, cresceu mais acentuadamente nos segmentos que até pouco tempo atrás pareciam estar protegidos, como brancos, homens, mais escolarizados e adultos. Até então, os estratos sociais mais vulneráveis concentravam-se na população negra, crianças e mulheres e brasileiros de menor escolaridade

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coletados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) apontam que as medidas impostas pelo atual governo de elevação das taxa real de juros, estagnação da economia, desmonte de áreas sociais (saúde, habitação, educação, e outras) e da infra-estrutura (estradas, portos, aeroportos e outras), terminaram expondo à vulnerabilidade da segregação social justamente os estratos de brasileiros brancos, homens, adultos e com maior escolaridade.

Entre os anos de 2016 e 2017, por exemplo, a pobreza subiu 5% no conjunto dos brasileiros (adicional de três milhões de pessoas). Tomada como referência a escolaridade no conjunto da população considerada pobre, percebe-se uma elevação mais acelerada entre aqueles com mais anos de ensino. No ano de 2017, no segmento com Ensino Superior, a elevação na quantidade de pobres foi de 25%. No Ensino Fundamental, o aumento foi de 2,9%, enquanto para os pobres com Ensino Médio o crescimento da pobreza foi de 10,6%.

Dessa forma, constata-se que para cada aumento de um ponto percentual na quantidade de pobres com Ensino Fundamental, a pobreza dos brasileiros com Ensino Superior subiu 8,6 vezes mais.

Desdobrando os dados coletados, ainda temos os seguintes quadros: para a população branca, por exemplo, a pobreza aumentou 6,8%, enquanto para a população negra cresceu 4,3%. Em função disso, a população branca na condição de pobreza subiu 58,1% mais rápida do que para a não branca pobre.

No caso do segmento masculino, a pobreza aumentou 5,4% em 2017, ao passo que para as mulheres pobres houve o crescimento de 4,6%. Ou seja, a pobreza entre os homens subiu 17,4% mais acelerada do que na pobreza feminina.

Também para a população com até 21 anos de idade a pobreza aumentou 3,2% no ano passado. Mas para a população de 22 a 50 anos de idade cresceu 5,7% e, para o segmento etário de mais de 50 anos, o crescimento na quantidade de pobres foi de 8,8%.

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