O ministro da Fazenda Henrique Meirelles se filiará ao MDB, partido de Temer, e irá lançar sua  pré-candidatura à presidência da República. Meirelles atualmente é filiado ao Partido Social Democrata (PSD). A movimentação do agora ex-ministro não deve passar por disputa dentro do Planalto, mesmo com o golpista Michel Temer também tendo pretensão de se eleger presidente. Meirelles é um opção que deve contar com forte apoio dos banqueiros, visto que ele foi um, e do mercado financeiro.

A candidatura terá que lidar, no entanto, com a avaliação negativa da população em relação ao governo do qual Meirelles é protagonista, principalmente considerando que o economista foi um dos principais responsáveis pela imposição de uma agenda de desmonte de direitos e do Estado brasileiro à revelia da opinião pública. Meirelles também terá que esclarecer seu envolvimento com o grupo J&F, um dos protagonistas dos escândalos do governo Temer: entre 2013 e 2015 presidiu o conselho de administração da holding.

Em sua candidatura, o ex-ministro deve defender o suposto legado econômico que teria deixado, tentando ao mesmo tempo se descolar das denúncias e escândalos envolvendo a cúpula política do governo, vendendo sua imagem como se não fosse um dos políticos mais influentes do Planalto. Deve esbarrar, no entanto, na grande disparidade entre a vida real do trabalhador brasileiro e os índices que, de acordo com o governo, sinalizam para uma recuperação pujante da economia do país. Ligado ao mercado financeiro, Meirelles pode descobrir que emprego, renda e um Estado que garanta direitos e serviços públicos de qualidade ainda são prioridades para a maior parte dos brasileiros, em detrimento do projeto neoliberal, entreguista e privatista que defende e cuja consequência é desemprego e mais desigualdade social.

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