Olimpíadas de Inverno aproxima Coreia do Norte e do Sul
No domingo, 25 de fevereiro, as Olimpíadas de Inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, foi encerrada e a mensagem que o evento deixou foi muito além do esporte. Depois de anos de tensão e ameaças, a península coreana presenciou uma reaproximação entre o Norte e o Sul, como já acontecera entre 1998 e o início do novo século, a chamada “Sunshine Policy”, implementada quando o Partido Democrático presidiu a Coreia do Sul por dois mandatos consecutivos.
Muitos foram os gestos que mostraram agora uma maior abertura ao diálogo entre Pyongyang e Seul. Antes das Olimpíadas começarem ficou acordado que a Coreia do Norte poderia participar dos jogos e que as delegações dos dois países iriam entrar juntas na cerimônia de abertura, que inclusive contou com a participação de Kim Yo-Jong (irmã de Kim Jong-un), que protagonizou o simbólico aperto de mão com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In. O general de alta patente norte-coreano, Kim Yong Chol também participou dos jogos e do encerramento.
A pergunta que ficou no ar foi: porque Kim Jong-un mudou sua postura em relação à Coreia do Sul? Para respondê-la temos que considerar, primeiro, um fator crucial que guia os interesses de Kim que é a vontade de reunificar a península. Segundo, necessita romper o isolamento que lhe foi imposto e que é seguido em certo nível, inclusive pela China seu parceiro mais antigo e fiel. Além disso, com a reaproximação, as relações entre Donald Trump e Kim Jae-In podem ficar estremecidas, já que o presidente americano não perde uma oportunidade de se opor à Coreia do Norte e ameaçar seu presidente. Para Washington, Pyongyang planeja apenas ganhar tempo para desenvolver mais sua tecnologia nuclear.
É importante lembrar que Kim Jae-In e Trump nunca estiveram exatamente na mesma sintonia quando o assunto era como lidar com a Coreia do Norte. Desde que chegou ao poder, o líder democrata da Coreia do Sul mudou a postura do país em relação ao seu vizinho defendendo maior diálogo entre ambos. Por outro lado, o governo de Trump é marcado por seu discurso belicista e intolerante, embora o ingresso da Coreia do Norte no “Clube Nuclear” obrigue os Estados Unidos a atuar também no campo diplomático, goste seu presidente ou não. Houve uma tentativa de reunião entre o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e a delegação norte-coreana durante os jogos mas esta foi cancelada quando Trump anunciou que apertaria ainda mais as sanções já existentes.
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