Mais uma vez, uma onda feminista ocupará as redes e as ruas das cidades no Brasil e no mundo, no próximo 8 de março, “Dia Internacional da Mulher”, que celebra as muitas conquistas femininas ao longo dos últimos séculos, mas também serve como um alerta sobre os graves problemas que impactam a vida das mulheres, que persistem em todo o planeta.

Nos Estados Unidos e em diversos países da Europa e da América Latina, elas farão greve do trabalho não remunerado. Nenhuma mulher vai cozinhar, nem lavar louça e muito menos passar roupa em forma de protesto, para denunciar a violência contra as mulheres e, sobretudo, a desigualdade econômica e o impacto das políticas de ajuste em suas vidas.

No Brasil, a CUT e diversos movimentos de mulheres, feministas e populares estão organizando, nos principais estados e cidades uma Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos.

Com início no próximo sábado (24) e encerramento no dia 1º de Maio, a Jornada tem como principais desafios mobilizar e dialogar com as mulheres e população em geral, para além do dia 8 de Março. A ideia é denunciar: o retrocesso dos direitos sociais e trabalhistas que impactam principalmente as mulheres, o avanço do conservadorismo, o desmonte das políticas públicas, o aumento da violência contra as mulheres e a dura perseguição e condenação, sem provas, do Presidente Lula.

“Estamos vivendo um estado de exceção desde o golpe, em 2016, contra os brasileiros e as brasileiras. Com apoio do capital, de uma parte da justiça, da mídia e do empresariado, uma presidenta eleita democraticamente foi impedida de governar o País por um crime que ela não cometeu. Depois que o ilegítimo e golpista Michel Temer assumiu o cargo a classe trabalhadora só perdeu direitos, principalmente as mulheres”, destacou a secretária Nacional da Mulher Trabalhadora, Junéia Martins Batista.

Sobre as medidas do governo ilegítimo, como a aprovação da terceirização irrestrita, da reforma trabalhista, da Emenda Constitucional (EC 95), que congela investimentos em direitos básicos, como saúde e educação, e as ameaças de reforma da Previdência e aprovação da PEC 181, que proíbe qualquer possibilidade de aborto no País, inclusive o aborto legal, permitido desde 1940, a secretária alertou:
“Não podemos ficar caladas com tantos direitos sequestrados. Iremos ocupar as ruas e redes durante o período da Jornada, especialmente no dia 8, para denunciar todos os tipos de violência contra mulher e o descaso desse governo com a vida das mulheres”.

Junéia finaliza dizendo: “Ter Lula presidente do Brasil em 2019 nos faz ter esperança. Como ele mesmo já disse, é fundamental essas medidas serem revogadas e o nosso País voltar a ser feliz”.

Mobilização CUTista em outros estados

Trabalhadoras dos Estados da Paraíba, Rondônia, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo já estão organizando atos, debates locais, rodas de conversa, diálogo nos bairros e locais de trabalho para o período da jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e de Direitos.

Na capital paulista, trabalhadoras de diversas categorias da CUT-SP irão promover por todo o estado de São Paulo uma agenda de lutas para denunciar os retrocessos que as mulheres têm enfrentando nos últimos anos. O ato de lançamento da Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos será neste sábado, 24, às 10h, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SBC).

O ato contará com a presença de dirigentes sindicais, lideranças políticas e de movimentos. Entre as presenças confirmadas, está a de Eleonora Menicucci, ministra de Políticas para as Mulheres do governo eleito de Dilma Rousseff, e de Ana Nice, vereadora de SBC.

Para a Jornada, está programada uma caravana que irá percorrer a capital e cidades da Grande São Paulo e interior, com rodas de conversas, seminários, formações e atividades culturais para alertar as mulheres sobre os direitos perdidos desde que Michel Temer (MDB) tomou a Presidência por meio de um golpe.

“Queremos passar por diferentes lugares para dar visibilidade ao movimento das mulheres e mobilizar novas companheiras. Desde o golpe de 2016, tivemos muitos retrocessos nas políticas públicas de mulheres e um aumento assustador dos discursos de ódio e ações de violência que não podem ficar impunes. Então essa caravana será importante para mostrar que estamos na luta cobrando direitos”, adianta Márcia Viana, do ramo dos vestuários e secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP.

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