Michel Temer nomeou o ministro Raul Jungmann para chefiar o novo Ministério Extraordinário da Segurança Pública, responsável por coordenar e promover a integração dos serviços de segurança pública no território nacional, incluindo o comando das forças federais envolvidas nas questões de segurança desde a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Penitenciário Nacional, o Conselho Nacional de Segurança Pública, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, a Secretaria Nacional de Segurança Pública e uma secretaria. O novo ministério será também responsável pela criação de uma Guarda Nacional.

A posse do novo ministro está marcada para essa terça-feira, 27 de fevereiro. A pasta foi criada por medida provisória, editada no dia 26 de fevereiro, dez dias após o governo decretar intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. O ministério tem caráter extraordinário e deve durar, segundo o governo, “enquanto for necessário”, muito provavelmente, até o final do governo Temer. A princípio, contará com dez cargos, além do de ministro e os demais serão incorporados de órgãos antes vinculados ao Ministério da Justiça.

A decisão por Jungmann foi tomada no dia 25 de fevereiro, em reunião no Palácio do Jaburu com a presença dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Raul Jungmann (Defesa), Torquato Jardim (Justiça), Gustavo Rocha (interino dos Direitos Humanos) e o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).

Jungmann era ministro da Defesa e está afastado de seu terceiro mandato como deputado federal. Foi ministro do Desenvolvimento Agrário, presidente do Incra, do Ibama e do Conselho de Administração do BNDES, no governo FHC, e secretário-executivo do Ministério do Planejamento, no governo de Itamar Franco.

Foi escolhido em função de seu bom desempenho na questão da segurança pública, principalmente na relação com os governadores. Seu partido, o PPS, deixou oficialmente a base governista, mas Jungmann continuou no cargo como “escolha pessoal” de Temer.
No ministério da Defesa, Jungmann será substituído interinamente pelo general Joaquim Silva e Luna, atual secretário-geral da pasta. Ele foi chefe do Estado Maior do Exército e é general do Exército da reserva. É a primeira vez desde a criação do Ministério, em 1999, que um militar assume o comando da pasta.

O Planalto aposta que a criação do novo ministério, bem como a intervenção federal no Rio de Janeiro, pode reverter a avaliação negativa do governo. No dia 26 de fevereiro a OAB entrou com ofício pedindo explicações ao interventor federal do Rio, general Walter Braga Netto, sobre os critérios utilizados para o fichamento de moradores de favelas durante as operações militares de segurança na última semana.

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