No dia 4 de fevereiro, a Costa Rica abriu o ano eleitoral nos países da América Latina. Os costa-riquenhos votaram em candidatos para o Executivo e o Legislativo. Em ambos os casos a ascensão do conservador Partido Restauración Nacional (PRN) surpreendeu. Seu candidato à Presidência, o evangélico Fabricio Alvarado, ficou em primeiro lugar com mais de 24% dos votos e o partido conquistou treze cadeiras das 57 em disputa na Assembleia Legislativa.

Porém, Fabricio não conquistou os 40% necessários para vencer em primeiro turno e disputará o segundo turno com o candidato governista e progressista, Carlos Alvarado do Partido Acción Ciudadana (PAC), que obteve cerca de 21% dos votos. Em terceiro lugar ficou Antonio Álvarez do Partido Liberación Nacional (PLN). A eleição que definirá o novo presidente será dia 1º de abril e o vencedor começará a governar em 8 de maio.

O desempenho do candidato conservador foi uma surpresa. Em dezembro, segundo as pesquisas eleitorais, as intenções de voto nele estavam na casa de 3%. O que fez sua candidatura decolar foi seu discurso homofóbico e defensor da família tradicional em contraposição ao pronunciamento feito pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em janeiro a favor da união homossexual.

O poder dessa postura retrógrada foi grande, Fabricio Alvarado era o único parlamentar até então eleito pelo PRN e, agora, além de obter o primeiro lugar na disputa presidencial, o partido ocupará treze cadeiras com seus deputados, perdendo apenas para o PLN que ficou com quinze.

Por seu turno, o candidato governista do PAC tem uma posição progressista e é a favor da união homossexual. Antes, o debate na corrida eleitoral no país estava marcado pelo tema da corrupção e agora, ao que parece, os principais divisores de águas serão os direitos dos homossexuais versus o conservadorismo religioso.

O pleito na Costa Rica pode, então, indicar dois sinais vermelhos para as próximas eleições na América Latina e principalmente no Brasil: a perigosa ascensão do conservadorismo e quão devastadora pode ser a candidatura de um outsider que conquiste a simpatia de parte da população indecisa com um discurso simplista e/ou de ódio.

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