Por meio de um decreto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou o status de residentes de aproximadamente duzentos mil imigrantes salvadorenhos e lhes deu dezoito meses para regularizarem sua permanência no país ou partirem. Esta população recebeu a permissão de residência em 2001 por motivos humanitários quando houve um terremoto de grandes proporções em El Salvador. Ou seja, vivem nos Estados Unidos há pelo menos dezessete anos, estão plenamente integrados à sociedade estadunidense e seria uma violência desmesurada alterar isso, além do problema social que causarão no seu país de origem se tiverem que retornar.

Em paralelo a isso, a bancada republicana no Congresso tenta emplacar uma nova lei de migração em negociações com o Partido Democrata. Os republicanos propõem a aprovação do orçamento para construção do muro entre Estados Unidos e México no valor de dezoito bilhões de dólares, acrescidos de doze bilhões de dólares para melhorar a fiscalização na fronteira; extinção da “loteria de imigração” que sorteava cinquenta mil vistos de residência permanente ao ano com o objetivo de diversificar a população; extinção do direito de permanência de familiares de imigrantes legalizados, exceto filhos e cônjuges e em troca aceitariam a legalização da permanência dos “dreamers” (sonhadores) que são imigrantes que ingressaram nos Estados Unidos quando crianças, mas que ainda não possuem residência permanente.

Esta última parte agrada aos democratas, mas eles afirmam que não concordam com a construção do muro. Trump, por sua vez, afirmou que sem o muro não há acordo. E para concluir, com sua “habitual elegância”, questionou em uma reunião com parlamentares: “por que deveria aceitar os imigrantes destes países de merda?”. Mais uma explícita demonstração do que ele é e pensa.

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