Em depoimento Curitiba, na sede da Polícia Federal, nessa terça feira (09-01), o ex-presidente da Odebrecht (2002 a 2008) e delator da Lava Jato, Pedro Novis, informou que a empresa pagou ao senador José Serra (PSDB-SP), para si ou para o partido, um total de 52,4 milhões de reais no período de 2002 a 2012.

Pedro Novis disse que conheceu Serra ainda na década de 80, mas só a partir de 2002, quando Serra disputou a presidência da República, o tucano passou a solicitar recursos. Nessa data foram repassados 15 milhões de reais por caixa dois para sua campanha.

Na eleição de 2004, quando venceu a disputa pela Prefeitura de São Paulo com Gilberto Kassab (PSD) como vice, Serra recebeu dois milhões de reais em doações da Odebrecht sem registro na Justiça Eleitoral. Entre 2006 e 2007, quando eleito governador de São Paulo, a Odebrecht repassou 4,5 milhões de reais à conta no exterior. Em 2008, Serra pediu três milhões de reais para as campanhas municipais do PSDB no Estado de São Paulo.

De acordo com o executivo da Odebrecht, na campanha de José Serra para a presidência da República em 2010, houve repasse de cerca de 23 milhões de reais da empreiteira. Corrigido pela atual inflação, o valor é equivalente a 34,5 milhões de reais. Em troca,  o governo de São Paulo pagaria débitos de 170 milhões cobrados da empreiteira judicialmente. Em 2012, a Odebrecht repassou para a campanha de Serra à Prefeitura de São Paulo 4,6 milhões.

O executivo informou que parte do valor foi pago no Brasil e parte por meio de depósitos em contas bancárias no exterior e que irá apresentar extratos bancários que demonstram os depósitos realizados fora do país, destinados à campanha de José Serra à presidência da República. Em resposta à assessoria de Serra, que nega qualquer recebimento ilícito, a empreiteira Odebrecht reforçou a “consistência e plenitude” de sua colaboração premiada e disse estar empenhada em ajudar a esclarecer  dúvidas.

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