Estudos têm reiterado que a adoção de cotas no ensino superior não reduz a qualidade dos alunos ingressantes, e que a sociedade ganha ao incluir estudantes com perfil diversificado no ensino superior.

Um artigo de Lara Vilela, Thiago Yudi Tachibana, Naercio Menezes Filho e Bruno Komatsu verifica o impacto da política de cotas nas universidades federais (Lei n. 12.711/2012, resumida na figura abaixo, retirada da publicação) por meio da análise das notas (no Enem) dos ingressantes.

Os pesquisadores analisam as notas de ingressantes não cotistas e de cotistas (egressos de escola pública; pobres; pretos pardos e indígenas) por decis (10 grupos de 10%), sendo os primeiros decis com as notas mais baixas e os últimos com as notas mais altas.

Após a análise dos dados das unidades da federação mais populosas de cada região geográfica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (quais sejam, PA, BA, MG, RS e GO), os pesquisadores mostram que, com a introdução das cotas, os alunos aprovados para a principal universidade federal daquele estado pertencem pelo menos ao penúltimo décimo de nota, ou seja, pertencem ao topo da distribuição de notas de cada UF.

Em termos numéricos, a inclusão das cotas não tem impactos significativos na nota média dos aprovados pela simulação em termos proporcionais (variando entre -0,8% no Pará e -1,7% em Goiás).

Assim, apesar de o sistema de cotas retirar alunos com notas maiores, a diferença de notas é marginal, e há alunos pobres, negros e de escola pública no primeiro e segundo décimos com boas notas e em número suficiente para que não haja redução significativa da nota média.

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