Recente relatório do World Inequality Lab mostra que a classe média tem sofrido com o aumento da desigualdade no mundo desde 1980, com redução de sua participação na renda em nível global. A desigualdade cresceu mais rápido na América do Norte, China, Índia e Rússia e mais devagar na Europa, ainda como consequência do período igualitário do pós guerra.

Desde 1980, segundo os pesquisadores, o 1% mais rico aumentou sua renda num ritmo duas vezes maior que os 50% mais pobres (mas os últimos ainda tiveram crescimento importante). Um fenômeno importante, segundo o relatório, é o estreitamento da classe média global, que não cresceu sua renda no ritmo dos mais pobres e muito menos no ritmo dos 1% mais ricos. O relatório ainda prevê que, mesmo no cenário mais otimista, a tendência é de que a desigualdade continue a crescer no mundo.

O gráfico abaixo, retirado da publicação, mostra de qual porcentagem da renda nacional os 10% mais ricos se apropriam em diferentes países. Com a Europa no extremo mais baixo (37%) e o Oriente Médio no extremo mais alto (61%), o Brasil (55%) se destaca por estar bem próximo aos mais desiguais e à frente da África Subsaariana.

Os autores apontam que a desigualdade tem muito a ver com a propriedade desigual do capital: desde 1980, grandes porções de riqueza pública foram transferidas ao setor privado, o que reduz os instrumentos para combater a desigualdade e aumenta a desigualdade entre indivíduos. Sugere-se ainda, como uma das formas de reduzir a desigualdade, a progressividade tributária.

 

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