No dia 11 de dezembro de 2017 foi lançado o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência. O relatório foi realizado pela Secretaria Nacional de Juventude e pela Unesco, com apoio técnico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Na edição de 2017, os dados do relatório são do ano-base 2015 e o índice abarca a população brasileira de 15 a 29 anos e possui recortes de desigualdade racial e de gênero.

Os resultados do relatório mostram que mais da metade (54,1%) dos brasileiros mortos por homicídio em 2015 tinha entre 15 e 29 anos de idade, correspondendo a 31 mil jovens. O índice de desigualdade racial e violência levou em consideração fatores que aumentam a vulnerabilidade dos jovens à violência: homicídio, acidentes de trânsito, frequência escolar, situação de emprego, pobreza, desigualdade e o risco relativo de homicídios entre jovens negros e jovens brancos. Em 2015, ser jovem negro ou negra no Brasil significou ter 2,7 mais chances de ser assassinado do que jovem branco ou branca.

Classificando as 27 unidades da Federação, doze delas tiveram resultados de alta vulnerabilidade, sendo a maioria na região Nordeste (oito estados), e os demais na região Norte (quatro estados). Alagoas se destaca negativamente, apresentando a maior vulnerabilidade para jovens negros e negras, cujo risco de ser assassinado é 12,68 vezes maior do que para jovens brancos e brancas.

Os dados com recorte de gênero foram uma inovação do relatório de 2017 e os resultados mostram a intersecção entre as desigualdades raciais e de gênero no Brasil. Jovens negras no Brasil têm chances de sofrer homicídio 2,19 vezes maior do que jovens brancas. O Rio Grande do Norte foi o estado com maior disparidade entre jovens negras e brancas, sendo que as jovens negras têm risco 8,11 vezes maior de serem mortas em homicídios do que as jovens brancas. Rondônia foi a unidade da Federação que apresentou maior taxa de homicídio de jovens negras, equivalente a 12,8%.

Em 2012, o governo de Dilma Rousseff (PT) criou o Plano Juventude Viva, uma resposta articulada de políticas públicas para prevenção da violência contra a juventude negra, capitaneado pela Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Em tempos de golpe, a Seppir perdeu status de ministério e teve redução de 34% do seu orçamento para 2018. Até novembro de 2017, segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o governo Temer havia gasto apenas 6% do orçamento destinado às políticas de promoção da igualdade racial. O Juventude Viva, importante estratégia para combater o quadro desastroso de homicídios de jovens negros e negras no Brasil, só começou a ser retomado pelo governo ilegítimo em agosto de 2017 e até hoje se encontra em fase de consulta pública.

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