Um relatório da OCDE aponta que uma das causas dessa crescente desigualdade, em especial no mundo dito desenvolvido, é a redução da jornada de trabalho, em especial entre os trabalhadores com baixos salários (o emprego até consegue se recuperar após crises, mas os trabalhadores estão ocupados por menos horas do que gostariam e tem também salários menores). De outro lado, o crescimento dos salários de grandes executivos, combinadas a reformas tributárias que beneficiam as altas rendas.

Assim, até mesmo o FMI tem defendido a adoção de espécies de renda básica de cidadania, como contraponto às mudanças em curso, para a redução da pobreza e da desigualdade geradas pelo sistema.

Mas tanto a redução da jornada de trabalho com perda de direitos (a chamada flexibilização do trabalho) quanto o aumento das isenções fiscais para as classes mais altas foram colocados em prática em um contexto de ascensão do neoliberalismo no mundo, após os anos 1980. E o Brasil entra agora em um caminho semelhante.

Com a adoção da Reforma Trabalhista, que entrou em vigor em novembro, são formalizadas diversas formas de contratação antes ilegais, tais como o trabalho intermitente, em que não há definição de jornada de trabalho, dependendo da demanda do empregador para alguma atividade.

Por outro lado, isenções fiscais e perdão de dívidas concedidos a grandes proprietários e grandes empresários com o Governo Temer completam o quadro de ampliação potencial da renda das camadas altas da sociedade. Resta ver se o projeto de reforma tributária que o governo veicula formular não ampliará as distorções do já injusto sistema tributário brasileiro e onere ainda mais os pobres e ainda menos os ricos.

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