As negociações para formar um governo de coalizão liderado pela chanceler Angela Merkel na Alemanha fracassaram após o Partido Liberal Democrata (FDP) anunciar no domingo, 19 de novembro, que estava abandonando as conversas. Merkel foi reeleita em setembro estando à frente da coligação do Partido Democrata Cristão (CDU) com a União Social Cristã (CSU) que, apesar de ter sido a mais votada (33,5%), não conseguiu eleger maioria no parlamento.

Com o segundo colocado nas eleições, o Partido Social Democrata Alemão (SPD), como oposição, Merkel estava esperando compor governo com outros dois partidos, os liberais do FDP e os Verdes, para assim contar com 393 dos 709 deputados parlamentares.

Porém, já antes de as negociações fracassarem, era visível que estes dois não se dariam muito bem pois possuíam visões diferentes sobre como a questão do meio ambiente deveria ser tratada pelo Estado. Os Verdes querem, por exemplo, fechar todas as usinas elétricas que utilizam carvão no país, algo que os liberais julgam que não seria economicamente benéfico.

Ao longo das conversas outras divergências entre as partes apareceram, como as discussões envolvendo o tema dos refugiados. A coligação de Merkel, apoiada pelos liberais, propôs cota máxima de duzentos mil refugiados por ano que poderiam buscar reconstruir suas vidas em território alemão. Os Verdes foram contra e só concordariam se tais refugiados pudessem estar acompanhados com suas famílias.

Agora as opções de Merkel se resumem a duas: tentar governar em minoria ou convocar novas eleições para ter outra chance de compor uma maioria. O problema da primeira é que ter minoria do parlamento pode minar o poder da chanceler e a obrigará a negociar cada proposta. No caso da segunda, um possível obstáculo é que os grandes partidos alemães, CDU/CSU e SPD, tiveram uma baixa expressiva no número de votos em comparação com as eleições anteriores, inclusive a coligação de Merkel que teve uma queda de 8,6% em relação à 2013. Não há qualquer indício de que este quadro tenha se alterado e ainda há o risco de o partido da extrema direita, Alternativa para a Alemanha (AFD), que pela primeira vez chegou ao parlamento, aumentar sua votação.

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