Dieese aponta fim de postos formais e mais informalidade
O boletim Emprego em Pauta número 6 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) faz uma análise de alguns indicadores sobre o mercado de trabalho e mostra números preocupantes, que contestam o discurso oficial de que haveria uma retomada do emprego no Brasil, em especial pela magnitude do crescimento da ocupação, ainda longe de recuperar os níveis pré-2015, e pelo fato de que o crescimento da ocupação tem sido puxado, em geral, pelo crescimento da informalidade.
Por exemplo, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Dieese, revelou tendência de queda da taxa de desemprego no início do segundo trimestre, mas o próprio boletim aponta que houve elevação do trabalho autônomo nas regiões metropolitanas, na comparação entre agosto de 2016 e agosto de 2017. Segundo o boletim, “em São Paulo, Salvador e no Distrito Federal houve crescimento de 12,7%, 15,4% e 17,8%, respectivamente, no número de trabalhadores autônomos”.
O Dieese também analisa que os resultados positivos do Caged apontam para uma pausa na destruição de postos formais de trabalho, mas não para sua recuperação: os saldos positivos obtidos agora são bastante inferiores aos do mesmo período em anos anteriores à crise. Os pesquisadores ainda apontam que o ano de 2017 dificilmente se encerrará com saldo positivo, já que o mês de dezembro registra habitualmente saldo negativo de cerca de 500 mil postos, bem acima do acumulado até agora no ano.