Será votada hoje a continuidade da análise do Supremo Tribunal Federal (STF) da segunda denúncia contra Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), apresentada pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, às vésperas de sua saída. Temer e seus ministros são acusados de formação de organização criminosa e obstrução de justiça.

Até as ultimas horas que antecederam a sessão, Temer e sua tropa de choque, liderada por Eliseu Padilha, trabalham para garantir ao menos a mesmo placar da votação anterior (263 votos), liberando emendas e nomeando cargos de segundo e terceiro escalões. O governo liberou mais de um bilhão de reais do orçamento para emendas dos deputados. Só no mês de outubro foram liberados 687 milhões de reais, mais que o dobro dos 273 milhões liberados em setembro e os 138 milhões liberados em agosto.

A sessão de votação terá início às 9h dessa quarta-feira (25-10) e será aberta com a presença de 51 deputados. O relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomenda a rejeição da denúncia foi lido na tarde de terça feira (24-10), na Câmara dos Deputados. Os advogados de defesa terão 25 minutos cada para falarem. Os deputados inscritos terão cinco minutos para se pronunciar, alternando entre contra e a favor do parecer. É necessária a presença de 342 deputados para o início da votação. Completado o quórum, dois deputados farão alegações a favor e dois contra o prosseguimento da denúncia, por cinco minutos cada. Os líderes dos partidos terão um minuto para orientarem os votos de suas bancadas e os deputados serão chamados, por ordem alfabética, para anunciarem seu voto.

São necessários 342 votos “não” ao relatório da CCJ para dar prosseguimento à análise da denúncia pelo STF. Se 172 votarem a favor do parecer, a denúncia será suspensa. A vitória é dada como certa entre os deputados da base. Os mais otimistas acreditam na possibilidade de um placar superior ao da denúncia anterior, quando o arquivamento da acusação recebeu 263 votos, uma análise mais sensata, prevê uma perda de cerca de vinte votos. A oposição também acredita que com todos os esforços o governo conseguirá barrar a continuidade da denúncia e adotará como estratégia não registrar presença na sessão até que o quórum seja alcançado e contam com cerca de duzentos deputados.

Partidos da base aliada como PR e PSD, além do próprio PMDB não fecharam questão sobre a rejeição da denúncia e os seis deputados que votaram contra Temer em agosto devem repetir o voto. O governo promete punição aos deputados infiéis, com a retirada de cargos e avisou que quem votar contra o governo será tratado como oposição. Um placar favorável na votação dessa quarta-feira é essencial para o governo, sob risco de perda do comando da agenda e governabilidade.

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