Ipea: jovens sofrem mais com o desemprego
“Porque o desemprego não vai cair mesmo com um cenário de melhora da economia? Porque estamos esperando uma pressão extra da PEA, que deve vir por conta do desalento. Ou seja, quando a economia começa a melhorar, muita gente fora do mercado de trabalho voltam a procurar emprego e isso aumenta a PEA, o que dificulta a queda do desemprego”, explica Maria Andreia.
Aumento da informalidade
No segundo trimestre do ano, de todos os trabalhadores que transitaram da ocupação para a desocupação, 32% estavam no mercado formal, 10% menos que há dois anos.
Entretanto, o setor informal recebeu o maior número de desempregados. 43% daqueles que estavam desempregados foram incorporados pelo mercado informal, 28% obtiveram uma vaga formal e 28% se tornaram autônomos.
Apesar da desaceleração do desemprego, neste segundo semestre, algumas regiões apresentaram alta de desocupados, com destaque negativo para Pernambuco, que subiu 13,96% para 18,85%, e Rio de Janeiro, em que a taxa subiu 11,38% para 15,65%, ambos em comparação ao mesmo período de 2016.
São Paulo – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a desocupação no mercado de trabalho está em um processo de desaceleração. Segundo a análise, contudo, a população jovem é uma das mais prejudicadas com a crise.
De acordo com a Carta de Conjuntura, publicada nesta quinta-feira (14), as pessoas entre 18 e 24 anos são as com mais chances de serem demitidas e possuem mais dificuldades de conseguir emprego. No segundo semestre, a taxa de desemprego entre eles é de 27,3%, equivalente a 4,3 milhões de pessoas. O estudo também mostra que a faixa etária é a que registrou a maior desocupação.
“Num momento de crise, quando o empresário decide quem vai embora, ele opta por quem tem menos tempo na empresa”, explica a pesquisadora do Ipea Maria Andreia Parente Lameiras, em entrevista ao Poder360.
Além de receber os menores salários, segundo o estudo, os mais jovens também apresentam queda na remuneração em 0,5%, na comparação com o mesmo período de 2016.
Em linhas gerais, o segundo semestre do ano registrou uma desaceleração da desocupação e a expansão dos rendimentos reais permitiu que 31,7% dos trabalhadores que estavam desocupados obtivessem emprego no período. O percentual de pessoas ocupadas que perderam o posto de trabalho recuou de 3,6% para 3,4%, em comparação ao segundo trimestre do ano passado.