O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) cortou de 543 mil famílias o benefício do Programa Bolsa Família (PBF) no último mês de julho. Desde maio de 2016, o número de beneficiários do Programa foi reduzido em mais de um milhão de famílias. Não bastasse a política de retrocesso imposta aos direitos do cidadão à qual o atual governo tem se dedicado rotineiramente, este corte vem em momento de acentuada crise econômica e aumento do desemprego, que afeta principalmente os mais pobres, público alvo do Programa.

São Paulo foi o mais afetado pelo corte, cerca de 100 mil pessoas tiveram seu benefício cancelado, o que corresponde a uma redução de 7% do total de em apenas um mês. A Bahia, com 57.451 beneficiários a menos (3,3% do total), Minas Gerais, com 47.227 (4,6%), Ceará, com 41.691 (4,1%) e Rio de Janeiro, com 36.302 famílias recém desassistidas (4,7% do total de beneficiários) foram os outros estados mais atingidos pelo corte. A região Sudeste foi a proporcionalmente mais afetada, com redução de 5,7% do total de beneficiários, cerca de 195 mil famílias. Já a Nordeste foi a que sofreu maior corte numérico, aproximadamente 211 mil famílias, cerca de 3,1% do total de beneficiários em apenas um mês.

Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário – SAGI/MDS. Divulgação em Agosto de 2017

Além das 525 mil famílias que estão aptas e na fila de espera há meses para integrar o PBF, R$ 86,6 milhões não foram redistribuídos à população no último mês em relação ao anterior devido a este corte de benefícios. Recursos que, conforme comprovam diversos estudos acadêmicos, possuem impacto positivo na redução da desigualdade e da pobreza, no aumento da escolaridade, na saúde da família beneficiária, na redução de custos com saúde por parte da família e do Estado, no aumento do PIB e inclusive na geração de renda para as classes não diretamente beneficiadas.

Muitos beneficiários souberam que não receberiam o benefício apenas na hora do saque. Como era de se esperar, a atual gestão do MDS não explicou a exclusão dos beneficiários e, mesmo após passado mais de um ano do golpe, pôs a culpa na gestão Dilma, prática que se tornou usual no atual governo quando o resultado de suas ações, ou falta de, escancara sua ineficiência.

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