Sem o menor pudor, diversos órgãos da grande imprensa divulgaram na semana passada qual o roteiro político estabelecido pelo mercado financeiro a ser seguido pelo presidente que pretenda suceder a Michel Temer.

Chame-se ele Maia, Botafogo, ou qualquer coisa que o valha, o que importa é que a condição para ter os votos na eleição indireta no Congresso é se comprometer de antemão com o desmonte da legislação trabalhista, com a “reforma” da Previdência, com a neutralização do BNDES, entre outros libelos do neoliberalismo.

Na comissão de frente desse carnaval autoritário e ilegítimo, claro, o ministro-banqueiro Henrique Meirelles. Não é demais recordar que já no dia 19 de maio, logo após o primeiro vazamento do áudio de Temer e Joesley no porão do Jaburu, o ministro da Fazenda declarou ao jornal Valor Econômico que “independentemente do presidente, ele (Meirelles) permaneceria no governo”. Hmm!!!

Passados quase dois meses, diante da desmoralização completa de Temer e de sua iminente queda, não só o Meirelles volta a público para dizer que fica, como agora se permite fazer exigências em nome dos impessoais interesses do “mercado”. Em reportagem na Folha de São Paulo deste último domingo, (leia aqui), ficamos conhecendo quais as demandas do banqueiro-ministro: quer “autonomia ampliada” para estabelecer os rumos da política econômica e para nomear os membros da área econômica; quer trocar a cúpula do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e gostaria que Eliseu Padilha (fartamente denunciado pela Java Jato) permanecesse na Casa Civil para dali continuar a articulação política em torno das “reformas”. Faltou pedir uma coroa dourada.

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